terça-feira, 28 de maio de 2013

INTERPRETACAO E PROD DE TEXTOS


INTERPRETACAO E PROD DE TEXTOS


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Conteúdo 1
Tutoria on-line





Prezado(a) Aluno(a),



Com relação as disciplinas on-line, caso tenha dúvidas de conteúdo poderá encaminhar e-mail para a equipe da tutoria on-line.

As dúvidas referente a calendário, provas, agendamento, devem ser verificadas no seu campus. Este canal de comunicação é para esclarecimento sobre o conteúdo e entendimento da disciplina



tutoriaonline@unip.br


O contato ocorre através do endereço eletrônico acima.



Atenciosamente,
Universidade Paulista



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Conteúdo 2
A Importância da Leitura

1



Para entender o significado de uma frase, é preciso considerar também o que fica implícito, e não apenas ler a superfície da informação. Desse modo, observe o que fica implícito nesta frase: “Jim disse que as abelhas não picariam idiotas; mas eu não acreditei nisso, porque eu mesmo já tentei muitas vezes, e elas não me picaram.” (Mark Twain. The adventures of Huckleberry Finn)



A


O personagem se considera inteligente, pois não foi picado.







B


O personagem não é inteligente por ter insistido em ser picado pelas abelhas.







C


Jim testou a inteligência de Huckle e afirmou que ele era idiota.







D


O personagem se considera idiota, mesmo não tendo sido picado pelas abelhas.







E


Jim sabia que as abelhas somente picariam Huckle se ele fosse inteligente.

2



Videoaula

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IMPORTÂNCIA DA LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO E PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE

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Caro(a) aluno(a)
Gostaríamos de dar início ao nosso trabalho, convidando-o(a) à leitura de um texto de Clarice Lispector.










FELICIDADE CLANDESTINA



Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.


Clarice Lispector. In: "Felicidade Clandestina"
Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998







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Ler significa aproximar-se de algo que acaba de ganhar existência.
Ítalo Calvino



O ato de ler é soberano. Implica desvendar e conhecer o mundo. É pela leitura que desenvolvemos o processo de atribuir sentido a tudo o que nos rodeia: lemos um olhar, um gesto, um sorriso, um mapa, uma obra de arte, as pegadas na areia, as nuvens carregadas no céu, o sinal de fumaça avistado ao longe e tantos outros sinais. Lemos até mesmo o silêncio!



Nos dias de hoje, a comunicação, mesmo presencial, está mediada por uma infinidade de signos. Na era da comunicação interplanetária, estabelecemos infinitas conexões com pessoas de todos os cantos do mundo, o que nos obriga a decodificar um universo poderoso de mensagens e a nos adaptar a elas: comunidades virtuais do Orkut, conversas pelo MSN, compras e negócios fechados pela rede e, se essa informação foi dominantemente verbal até então, agora se torna também visual com a chegada do YouTube.

Sabemos o quanto a força da imagem exerce fascínio e entendemos, definitivamente, que não há mais como sobreviver neste mundo sem que haja, de nossa parte, uma adaptação constante no que se refere ao acesso às diferentes linguagens disponíveis.





É fundamental reconhecer que o sentido de todas as coisas nos vem, principalmente, por meio do olhar, da compreensão e interpretação desses múltiplos signos1 que enxergamos, desde os mais corriqueiros – nomes de ruas, por exemplo – até os mais complexos – uma poesia repleta de metáforas. O sentido das coisas nos vem, então, por meio da leitura, um ato individual de construção de significado num contexto que se configura mediante a interação autor/texto/leitor.


A leitura é uma atividade que solicita intensa participação do leitor e exige muito mais que o simples conhecimento lingüístico compartilhado pelos interlocutores: o leitor é, necessariamente, levado a mobilizar uma série de estratégias, com a finalidade de preencher as lacunas e participar, de forma ativa, da construção do sentido. Dessa forma, autor e leitor devem ser vistos como estrategistas na interação pela linguagem para que se construa o sentido do texto.

Segundo Koch & Elias (2006),






[...] numa concepção interacional (dialógica) da língua, os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que – dialogicamente – se constroem e são construídos no texto. [...} Nessa perspectiva, o sentido de um texto é construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a
essa interação. A leitura é, pois, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos lingüísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo.


Para esclarecer as idéias até aqui apresentadas, leia a tira a seguir:










http://tiras-hagar.blogspot.com/ (acesso em 16/02/2007)





Na tira, Hagar, o viking, revela o papel do leitor que interage com o texto, no caso, da placa, e atribui-lhe o sentido, considerando tanto as informações explícitas, como também o que é sugerido de maneira implícita, subentendida.



Podemos, então, concluir que


a) a leitura de qualquer texto exige do leitor muito mais do que o conhecimento do código lingüístico;

b) o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir, entre outros aspectos, de seu conhecimento lingüístico, textual e, ainda, de seu conhecimento de mundo.



Leitura é, assim, uma atividade de produção de sentido. É nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se reajustam e redimensionam hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos outros, do mundo e de nós mesmos.

O exercício pleno da cidadania passa necessariamente pela garantia de acesso aos conhecimentos construídos e acumulados e às informações disponíveis socialmente. E a leitura é a chave dessa conquista.




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Sugestão de leitura

Ler e compreender os sentidos do texto
Ingedore V. Koch e Vanda Maria Elias
Editora Contexto
Texto e Leitor: aspectos cognitivos da leitura
Ângela Kleiman
Pontes




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1Signos: entidades lingüísticas dotadas de duas faces: o significante (imagem acústica) e o significado (conceito).



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Conteúdo 3
Apresentação



Caro aluno

     Na disciplina de Interpretação e Produção de Textos - IPT -, você terá a oportunidade de ampliar seu universo cultural e expressivo, trabalhando e analisando textos orais e escritos sobre os mais variados assuntos, bem como de produzir textos diversos na linguagem oral e escrita.



Esperamos que com empenho e dedicação você seja capaz de, ao término do curso:



 valorizar a leitura como fonte de conhecimento e prazer;


 aprimorar as habilidades de percepção das linguagens envolvidas na leitura;


ler e analisar diversos estilos e gêneros discursivos com senso crítico;


identificar as idéias centrais do texto;


ampliar seu vocabulário ativo;


expressar-se com coerência, concisão e clareza, visando à eficácia da comunicação.




Nosso conteúdo abordará os seguintes itens:

Primeiro bimestre:



1)     Conscientização da importância da leitura como fonte de conhecimento e participação na sociedade;

2)     As diferentes linguagens: verbal, não verbal; formal e informal;

3)     Noções de texto: unidade de sentido;

4)     Textos orais e escritos;

5)     Estilos e gêneros discursivos: jornalístico, científico, técnico, literário, publicitário entre outros; interpretação de textos diversos e de assuntos da atualidade;

Segundo bimestre

6)     Qualidades do texto:
•coerência,
•coesão,
•clareza,
•concisão e
•correção gramatical;

7)     Complemento gramatical.




Para enriquecer seus estudos, sugerimos a seguinte bibliografia básica:



FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristovão. Prática de texto para estudantes universitários. 13. ed.  Petrópolis: Vozes, 2008.
FIORIN, José Luiz e PLATÃO, Francisco. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2006.
KOCH, I. V. & ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2007.







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Conteúdo 4
As Diferentes Linguagens







Videoaula

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A linguagem é o instrumento com que o homem pensa e sente, forma estados de alma, aspirações, volições e ações, o instrumento com que influencia e é influenciado, o fundamento último e mais profundo da sociedade humana.











L. Hjelmslev








Para dar início às suas reflexões a respeito do tema a ser estudado, leia o texto que segue.






Comunicação


É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o seu nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
“Um... como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro...”
“Ora, você sabe do que estou falando.”
“Estou me esforçando, mas...”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro...”
“Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim senhor. Pontudo numa ponta.”
“Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
“bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
“Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.”
“Sinto muito.”
“Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando.”
“Eu não estou pensando nada, cavalheiro.”
“Chame o gerente.”
“Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?”
“É de, sei lá. De metal.”
“Muito bem. De metal. Ela se move?”
“Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.”
“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
“É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.”
“Francamente.”
“Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.”
“Ah, tem clique. É elétrico.”
“Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.”
“Já sei!”
“Ótimo!” “O senhor quer uma antena externa de televisão.”
“Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...”
“Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
“Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa..”
“Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e...”
“Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
“Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
“É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?”







                                             (Luís Fernando Veríssimo. Para gostar de ler. v.7. São Paulo, Ática, 1982.)


A linguagem nasce da necessidade humana de comunicação; nela e com ela, o homem interage com o mundo. Para tratarmos das diferentes linguagens de que dispomos, verbais e não verbais, precisamos, inicialmente, pensar que elas existem para que possamos estabelecer comunicação. Mas o que é, em si, comunicar?


Se desdobrarmos a palavra comunicação, teremos:








Comunicação: “comum” + “ação”, ou melhor, “ação em comum”.






De modo geral, todos os significados encontrados para a palavra comunicação revelam a idéia de relação. Observe:



Comunicação: deriva do latim communicare, cujo significado seria “tornar comum”, “partilhar”, “repartir”, “trocar opiniões”, “estar em relação com”.

Podemos assim afirmar que, historicamente, comunicação implica em participação, interação entre dois ou mais elementos, um emitindo informações, outro recebendo e reagindo. Para que a comunicação exista, então, é preciso que haja mais de um pólo: sem o “outro” não há partilha de sentimentos e idéias ou de comandos e respostas.



Leia o cartum a seguir e procure reconhecer como o humor se produz na situação apresentada.










Para que a comunicação seja eficiente, é necessário que haja um código comum aos interlocutores.




O que é a linguagem?






Linguagem é a capacidade humana de articular conhecimentos e compartilhá-los socialmente. Assim, todo e qualquer processo humano capaz de expressar e compartilhar significação constitui linguagens: tirar fotos, pintar quadros, produzir textos e músicas, escrever jornal, dançar, etc. As linguagens fazem parte das diversas formas de expressão representadas pelas artes visuais, pela música, pela expressão corporal e pela escrita.

A linguagem, portanto, nomeia, fixa e concebe objetos, utiliza conceitos e tem por função permitir a comunicação.

Nós encontramos a língua pronta quando nascemos e aprendemos a utilizá-la com as pessoas mais velhas. É a partir dessa aprendizagem que passamos a reproduzi-la.

Muitas das expressões artísticas atuais têm origem conhecida: a fotografia surgiu no século XIX; o teatro ocidental surgiu na Grécia e na Idade Média. Já a escrita surgiu há milhares de anos.







Tomemos, agora, o conceito apresentado por Bechara (1999:28) para fundamentar o conceito de linguagem:









Entende-se por linguagem qualquer sistema de signos simbólicos empregados na intercomunicação social para expressar e comunicar idéias e sentimentos, isto é, conteúdos da consciência.

A linguagem é, então, vista como um espaço em que tanto o sujeito quanto o outro que com ele interage são inteiramente ativos. Por meio dela, o homem pode trocar informações e idéias, compartilhar conhecimentos, expressar idéias e emoções. Desse modo, reconhecemos a linguagem como um instrumento múltiplo e dinâmico, isso porque, considerados os sentidos que devem ser expressos e as condições de que dispomos em dada situação, valemo-nos de códigos diferentes, criados a partir de elementos como o som, a imagem, a cor, a forma, o movimento e tantos outros.



Vale salientar a idéia de que o processo de significação só acontece verdadeiramente quando, ao apropriarmo-nos de um código, por meio dele nos fazemos entender.




Dica de vídeo

A Guerra do Fogo (La Guerre du feu, 81, FRA/CAN)
Dir.: Jean-Jacques Annaud. Com: Everett McGill, Rae Dawn Chong, Ron Perlman, Nameer El Kadi.

Uma interessante oportunidade para refletir sobre a questão das primeiras manifestações de linguagem no homem.




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Conteúdo 5
Linguagem Verbal e Linguagem Não Verbal



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Conteúdo 6
Linguagem Formal e Informal



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Conteúdo 7
Noções de Texto: Unidade de Sentido



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Conteúdo 8
Textos Orais e Textos Escritos



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Conteúdo 9
Estilos e Gêneros Discursivos



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Conteúdo 10
Qualidades do texto: Coerência, Coesão (I)



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Conteúdo 11
Qualidades do texto: Coerência, Coesão (II)



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Conteúdo 12
Qualidades do texto: Coerência, Coesão (III)



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Conteúdo 13
Qualidades do texto: Clareza e Concisão



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Conteúdo 14
Tipos textuais I: Narração e Descrição



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Conteúdo 15
Tipos Textuais (II): Dissertativo – Argumentativo



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Conteúdo 16
A Organização dos Parágrafos



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Conteúdo 17
Complemento gramatical



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Conteúdo 18
Uso da vírgula



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Conteúdo 19
Unidade I



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Conteúdo 20
Unidade II


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